Tudo o que nos é desconhecido,nos assusta,nos causa profundo impacto,e parece que aquela rocha de arrogância em que nos definíamos ontem,reduzira-se a pó.A sucessão dos fatos em velocidade incomum e a inconstância das atitudes parecem contradizer tudo o que as teorias de ontem nos fizeram imputar como crença inabalável.É como se hoje não tivesse mais o menor sentido tudo o que vimos ou aprendemos ontem.Mas o pior de tudo é percebermos que alguns dos valores dos quais já estávamos convencidos não passam,hoje,de meras teorias ou palavras vazias,dispersas num livro empoeirado na estante.E a sensação que se tem é que a terra nos foge aos pés,que não temos argúcia para perceber um palmo à nossa frente,que nada do que sentenciamos tenha nexo;enfim,que estamos completamente desnorteados,porque não entendemos mais o novo rumo do "ciclo natural"das coisas.
Na verdade,o que não entendemos é que as cores assimilaram tonalidades diferentes;que as crianças já têm argúcia e liberdade o bastante para replicarem os adultos quando estes não as convencem;que as mulheres são suscetíveis de uma tenacidade e resistência que alguns homens ainda ignoram;que a necessidade do "status" não tem sido uma ganância,mas um recurso para se manter no páreo pela sobrevivência.O que não entendemos de fato é que o processo de aceleração do caos está cada vez mais desenfreado e nada mais há que se possa fazer para impedir-lhe o avanço.O caos é inevitável e somos nós mesmos que,inconscientemente ou não,o desencadeamos.
Ver À Contramão, in Alpondras.
sábado, 19 de julho de 2008
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